Atividade física ajudam muito a saúde do idoso

Atividade física para idosos: Benefícios para a mente

A relação entre atividade física e um envelhecimento com maior qualidade é um antigo lugar comum.  Todos sabemos, intuitivamente, como atividades físicas para idosos trazem benefícios para a saúde e a qualidade de vida.

PDF do Guia de Atividade Física para a População Brasileira 

Mas a ciência médica mais moderna também demonstra isso, com pesquisas atrás de pesquisas que mostram como praticar atividade física na terceira idade pode aumentar a energia, proteger de uma miríade de disfunções, trazer alegria, melhorar o sono, combater pressão alta e diabetes e má adaptações metabólicas e, claro, ajudar a cabeça, literalmente.

Numerosos estudos apontam que a atividade física reduz o risco de muitas doenças crônicas e aumenta a longevidade. Claro que o envelhecimento com qualidade é um conceito multidimensional que abrange e transcende a boa saúde. Diversos fatores entram na conta: relações sociais, tempo de vida, qualidade de vida, funcionalidade, cognição/

Nesse sentido, podemos afirmar que a “Atividade física preserva cognição durante envelhecimento”. É isso que mostra reportagem do Jornal da USP sobre uma pesquisa da USP que “mostrou que aqueles que se mantinham ativos apresentaram maior volume cerebral (considerada uma característica positiva para efeitos cognitivos) em comparação aos sedentários”.

A pesquisa foi feita com 45 pessoas recrutadas na rede básica de saúde, com idade entre 60 e 65 anos (Objective Physical Activity Accumulation and Brain Volume in Older Adults: An MRI and Whole-Brain Volume Study).

“Além de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, promover o fortalecimento muscular e prevenir doenças associadas ao sedentarismo, a prática regular de atividade física faz bem ao cérebro de idosos” lembra a matéria, que avança sobre os resultados do estudo.

“Das 71 áreas cerebrais analisadas, houve diferença significativa no volume intracraniano em 48 áreas/estruturas entre os que, durante suas rotinas diárias, acumularam tempo igual ou maior que 150 minutos de atividade física por semana quando comparados àqueles que acumularam menos de 150 minutos. Uma das áreas impactadas foi o lobo frontal, responsável pela elaboração do pensamento, planejamento, programação de necessidades individuais e emoção. A diferença dessa região foi em torno de 8%”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, para manter-se saudável, um idoso deve praticar, por semana, de 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de exercícios intensos. E dividir isso em 4 ou 5 vezes.

Vendo por outro (e mais duro) ângulo: “Entre 2020 e 2030, cerca de 500 milhões de pessoas desenvolverão doenças cardíacas, obesidade, diabetes ou outras doenças não transmissíveis devido à inatividade física”, afirma relatório da OMS.

Ou seja, a atividade física mais benéfica para a saúde é a que entra na rotina, para o dia a dia, do idoso –ou de qualquer pessoa.

Não é uma tarefa fácil, mas é possível procurar meios de fazer isso. Dicas antigas ainda servem para aumentar a atividade física na rotina de qualquer pessoa:

  • Evite elevadores, principalmente quando for para subir poucos andares
  • Faça atividades domésticas, cuidar de jardim e plantas
  • Acompanhe crianças em atividades e brincadeiras
  • Realize caminhadas aceleradas em torno da quadra em que mora
  • Caminhe 15 minutos após o almoço
  • Participe de grupos de dança
  • Pratique esportes coletivos ou outras atividades coletivas
  • Faça atividades físicas que gosta e que tenha interesse há longo tempo
  • Procure atividades físicas que tenham interação social
  • Tenha pesinhos para fazer exercícios em casa
  • Aprenda alongamentos para fazer pela manhã
  • Procure uma parceria para realizar as atividades físicas com rotina
  • Procure um médico que possa indicar suplementos de creatina

Outra boa sugestão é o PDF do Guia de Atividade Física para a População Brasileira. O capítulo 5 ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS é tem um bom guia de exercícios realistas para a terceira idade.

About gustavo

Sou médico formado pela UFMG em 2023 e jornalista pela Unesp-2003. Trabalhei como repórter e redator na Folha de S.Paulo e como editor no Estadão.com. Já fiz mochilão de 5 meses pela América do Sul, quando editei um site independente de turismo. Meus interesses são variados e mutantes: aqui você poderá ler sobre medicina, corrida, cannabis, ciência e política. Ou não.