Os dois volumes de “Tratado de Medicina de Família e Comunidade”, organizados por Gustavo Gusso e Vinicius Pereira Silva Silva, formam um bom painel sobre teoria e prática da medicina de família e comunidade. O destaque do livro é a abrangência de temas –e de autores brasileiros e estrangeiros. Por outro lado, o tamanho da empreitada contribui para a superficialidade com que alguns tópicos são abordados.
Editado pela ArtMed, editora oficial da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, o livro deve constar da biblioteca de quem se interessa pela atenção primária e, especialmente o segundo volume, é útil na prática do dia a dia do consultório.
Na parte prática, há artigos que condensam caso clínico, um pequeno questionário para testar o conhecimento, bons quadros resumo, algoritmo para abordagem sindrômica e proposta de conduta com abordagem terapêutica –um bom exemplo seção bem editada é a sobre Corrimento Vaginal, porém não vejo que essa abordagem completa e clara é a regra em todos os tópicos, ainda que a maior parte deles tenha qualidade e clareza de informação.
O primeiro volume, mais teórico, sofre mais com a falta de profundidade. Ne seção de Medicina de Família e Comunidade em Cenários específicos, a Favela é abordada em apenas 6 páginas, enquanto 10 páginas são reservadas para a População Ribeirinha. Em ambos, trata-se de um panorama bastante genérico e, creio, insuficientes para a complexidade dos temas.
Disponível para comprar na Amazon em formato físico e em ebook Kindle, o Tratado de Medicina e Comunidade é uma boa compra para auxiliar quem navega pela atenção primária.